Casadinhos e felizes...

sábado, 1 de março de 2008

Desbafos de uma jovem Educadora



A criança que fui chora na estrada
A criança que fui chora na estrada.

Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei-de encontrá-lo?Quem errou...
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar

Um alto monte, de onde possa enfim.. .
O que esqueci, olhando-o, relembrar,


Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.




Fernando Pessoa



Encontrei este soneto num de muitos passeios, viagens, navegações pela internet e ao ve-lo parei para pensar, que por vezes quando olho à minha volta vejo um sem fim de pessoas cheias de stress, cheias de pressa, sem paciencia nenhuma e que nem um sorriso nos dão, nem ao menos cumprem as regras básicas de convivencia social ao menos um "Bom dia...", Nada..
Quando olho à volta na rua vejo pessoas que se encontram todos os dias e nem se conhecem, pessoas que sofrem, pessoas tristes, pessoas aterefadas, sempre a correr...

Quando abro um jornal ou até mesmo a televisão, o que vejo?Vejo crianças a serem mal tratadas, pessoas com fome, pessoas tristes, guerras, enfim noticias deprimentes. É por isso que eu gosto muito da minha profissão EDUCADORA DE INFÂNCIA, isto porque enquanto trabalho tenho de descer ao nivel dos meus pequeninos e de certo modo virar criança, contudo sei o peso da responsabilidade que esta minha profissão tem, mas pelo menos por breves momentos no tapete da minha sala sou criança...

Pelo menos nestes breves momentos posso pensar/acreditar que o mundo é justo, que as pessoas são todas iguais, bonitas e boas.

Neste breves momentos posso esquecer a complexidade da vida, as responsabilidades, as complicações, os infortúnios, as tristesas do mundo e só ver o mundo como as crianças o Vêem, como uma pequena e encantada maravilha, simples e sem complicações...

Por breves momentos volto a ser criança de novo...

Muitas vezes os pais dos meus meninos, amigos e mesmo outras pessoas abordam-me e questionam-me como consigo arranjar paciencia e estar sempre bem disposta e sorridente quando tenho 16 pestinhas na sala, como consigo?... Por vezes tenho vontade de responder. É facil!!! Basta também sermos um pouco crianças e nunca, nunca em momento algum trazer os problemas da rua para dentro da minha salinha, pois as minhas pequenas estrelinhas não têem nada a ver com isso...

Mas por fim acabo por responde de uma forma mais profissional possivel alegando que gosto muito daquilo que faço e que os meninos nos respitam mais a nós porque além de brincarmos também impomos regras, mas no fim tudo se resume a que as crianças compreendam que temos momentos de brincar, contruir, pintar, dançar, rebolar pelo chão, mas que também temos momentos de calma, silencio, em que temos que nos respitar todos uns aos outros e que respeitar as regras da salinha e da escolinha... enfim em que têem de ser responsaveis e autonomos apesar da sua tenrra idade.
Bom hoje vou ficar por aqui... Mas deixo-vos este poema para que reflictam pois a vida não é tão má como parece, as pessoas é que a fazem ser má, as pessoas é que não sabem aproveitar as coisas boas da vida e só pensam no consumismo e em mais nada e que cada vez mais se esqueçem do proximo...
Bom beijocas a todos..

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